terça-feira, 9 de julho de 2013

Quando fui chuva

Quando já não tinha espaço pequena fuiOnde a vida me cabia apertadaEm um canto qualquer acomodeiMinha dança os meus traços de chuvaE o que é estar em pazPra ser minha e assim ser sua(...)
E mesmo que em ti me percaNunca mais serei aquelaQue se fez secaVendo a vida passar pela janela
Quando já não procurava maisPude enfim, nos olhos teus vestidos d'água Me atirar tranquila daqui


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domingo, 7 de julho de 2013

Poema - Eterno Cazuza


(...) Hoje eu acordei com medoMas não chorei nem reclamei abrigoDo escuro, eu via um infinitoSem presente, passado ou futuroSenti um abraço forte, já não era medoEra uma coisa sua que ficou em mim (que não tem fim)De repente, a gente vê que perdeuOu está perdendo alguma coisaMorna e ingênua que vai ficando no caminho Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminadoPela beleza do que aconteceu há minutos atrás

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domingo, 9 de dezembro de 2012

Prazer

Senti sua respiração ofegante em meu pescoço, o barulho do zíper do meu vestido sendo aberto. E,depois disso acordei nua em um quarto estranho de motel barato. Não fiquei assustada, nem procurei saber o que tinha acontecido. Só uma vaga lembrança de beijos doces, arranhões e muito prazer. O que tivesse acontecido por lá, eu queria novamente, meu corpo pedia por algum prazer estranho. 
Nunca fui tocada dessa maneira por alguém, jamais pensei que meu corpo conseguisse sentir tanto prazer, que meu coração pudesse bater tão descompensado e ao mesmo tempo ritmado  Memórias me surgem,  jaqueta de coro e olhos em chamas em cor avelã.
De repente o telefone toca e meu coração dispara, deve ser ele, atendo. Não, não é ele, é só o porteiro me dizendo que meu acompanhante de ontem deixou um táxi me esperando e todas as despeças pagas antes de sair. 
Me viro para o lado, afim de ver onde estão minhas roupas. Vejo algo caído no chão, um lenço. Conheço aquele pedaço de papel , estava segurando ele ontem, antes de tudo isso,  no barzinho perto da minha casa. Há algo escrito nele, me parece um número de telefone e logo abaixo uma frase "Sua primeira lição como submissa: Nunca insite um dominador, o prazer pode ser intenso é a memória ficar conturbada pela manhã." Não precisei de mais nenhuma explicação, sei quem ele é agora. E sei que o quero novamente em mim. 

domingo, 23 de setembro de 2012

Não sou esse tipo de mulher de sociedade

       Pensei que lhe conhecia, mas percebo que tão pouco conhecia  a mim mesma. Tão pouco tempo estamos juntos, tão pouco beijos e juras de amor foram trocados. Contaria os dias e as horas que olhamos um nos olhos do outro. Acabou o amor e sobrou fachada. Na mesma corda bamba levamos um relacionamento que diziam que seria para sempre. Seus amigos te admiram por seu status e por ter uma mulher linda que cuida de você. Pois eu não. Nunca te admirei, fui ludibriada, assim como notícias de "jornalesco" de cidade pequena, que engana e não conta imparcialmente o fato. 
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Implacável é essa minha vontade de viver, de viver sem você. Pequena borboleta que sou, pensei que ter asas seria ter a liberdade, muito menos imaginava os predadores invisíveis que estariam a minha espera, só esperando que eu saísse do casulo. 
  Engana te a pensar que isso me impedirá de voar, um dia a pequena borboleta notará que ela é diferente do que a sociedade pensa, e em um belo dia notará que tem asas de gavião. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Veja por esse ponto

Um copo de coragem era o que Ellen queria pedir quando o garçom do bar perguntou o que ela queria beber, pediu um gim com tônica no lugar. Gustavo seu marido resolveu trocar Ellen por uma adolescente cheirando a leite, e bem sabe ela que tipo de leite se tratava. Ao se separar o ex marido lhe deixou o apartamento, a casa na praia, o carro e um buraco no ego. Ela se dedicava edificar sua casa e ele a dar marretada em tudo que Ellen construía. A infidelidade de seu marido passou por todas as fases que está escrito na cartilha do canalhas de plantão. Teve a fase dos presentes dados do nada, a fase de chegar tarde e cansado, a fase de xingar tudo e dizer que nada está bom e assim foi destruindo tudo que existia entre eles.
Ellen não era boba sabia que tinha mulher na jogada, mas esperava que ele tivesse a decência pra contar. Todavia, ele não teve. Saiu uma tarde e quem voltou em seu lugar foi um advogado, lindo e jovem diga-se de passagem, mas totalmente sério em seu ofício que a entregou uma carta de Ruan, seu ex marido, contando que havia outra e que já não dava mais pra ficar juntos, os bens do casal eles iriam compartilhar e no final dizia boa sorte, ironicamente ela riu, sorriu por se lembrar que quando começou as brigas ela vivia cantarolando essa música da Vanessa da Mata, coisa do destino. Ellen não deixou se abalar, não na frente do advogado. Procurou consolo no colo de mãe e de sua melhor amiga desde a infância, Kellen. E foi essa amiga que a arrastou para esse barzinho à noite onde afogaria seu ex em um copo após ao outro. Porém mulher recatada não conseguia beber nada alcoólico, pois ela sabe o que o álcool faz na cabeça de uma mulher abandonada. O que Ellen não esperava que seria abordada por aquele lindo advogado, que foi em sua casa levar a carta do ex marido, mas agora sem o terno e com um sorriso convidativo no rosto. Gustavo foi como se apresentou ao dizer que ela precisava de algo mais forte que a acompanharia em uma bebida. Conversaram como se fosse velhos amigos, entre eles a ligação os envolvia como um abraço invisível e quando menos perceberam já estavam encostando o braço um no outro, um leve toque na pele que deixava Ellen corada e seus olhos reluziam um brilho, que nunca teve com seu marido em quinze anos de casado. Gustavo à acompanhou até em casa e a disse que largaria o caso e ficaria do lado dela para o que necessitasse. Nem que seja emprestar seu ombro pra ela chorar e qualquer outra parte do seu corpo que ela requeresse. Agora Ellen resolveu se apegar a uma parte diferente da música da Vanessa M. "Há um desencontro; Veja por esse ponto; Há tantas pessoas especiais [...] - Boa sorte, Vanessa da Mata" E a canção que estava morta dentro dela por esses 15 anos voltou a tocar, e Ellen sabia que não deixaria mais ninguém abafar seu som.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

"O mundo por trás dos meus óculos...": Fumante em meio a maratona

Era um domingo como outro qualquer, tirando o fato que eu estava de plantão. Aquela coisa legal que te priva do convívio com a sociedade, mas é uma conseqüência por trabalhar na área que você tanto ama.Acordei as 6, tomei um banho e coloquei minhas bombachas.

Fiz um chimarrão e acendi um cigarro. Como me sentia bem quando fumava.
O ritual de aspirar a fumaça e ficar pensando na vida sempre me fez bem. Mesmo que o cheiro do cigarro fizesse com que eu perdesse todos os candidatos a namorado.

Tomei a condução e vim pro serviço. Cheguei na rádio perto das 7h30min, ia ter uma tal de maratona e eu precisava cobrir o tal do evento. Mesmo sem entender o que faz um vivente levantar tão cedo para sair correndo, admirei quem estava ali.
Em meio à garrafinhas de água e o cheiro de Gelol que emanava dos atletas, fiquei observando eles se aquecerem.

E os admirei. Senti orgulho daquelas pessoas saudáveis, que conseguem andar duas quadras sem parar ofegante. Aquelas pessoas que iam correr quilômetros apenas pelo prazer de ser saudável e conseguir isso. Senti vontade de conseguir isso também. Lembrei do tempo que eu lutava. Do tempo que eu não fumava e que conseguia fazer exercícios físicos por horas a fio sem precisar de auxílio de tubos de oxigênio.

Senti uma vontade louca de ser saudável e correr, fazer exercícios e aquela coisa toda. Era eu, fumante, em meio a maratona. As pernas torneadas e corpos esbeltos dos atletas profissionais me deram até um pouco de inveja. Mas ao mesmo tempo me incentivaram a entrar na academia, voltar a lutar. E correr. Correr e ganhar todas as maratonas do mundo.

Servi um café e acendi mais um cigarro. Percebi que como atleta, sou uma ótima jornalista. Ou não, talvez ser jornalista seja só a desculpa para os vícios da nicotina, da cafeína e da vontade desenfreada de escrever.

-ICS


* Texto não é  minha autoria e sim de "O mundo por trás dos meus óculos...": Fumante em meio a maratona

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ponto de vista

Esse papel que a vida me empós como figurante. Já faz tempo que eu quero ser a atriz principal, mas o meu tempo já acabou. Não há mais escolha de novos talentos para fazer parte da minha grande peça. Os que apareceram já foram embora, uns não eram bons em atuar e descobrira logo sua cara de pau. Outros era tão bons que me arrancaram beijos, choros e noites sem dormir. Mas, esses eram curta metragem, minisséries em minha vida. E logo que chegavam ao último capítulo sumiam da minha tela e passavam pra outra emissora.
"E essa é a vidinha controlada e temerosa e quadradinha que me conforta e ao mesmo tempo me faz estar prestes a rasgar minha pele, amassar, jogar no lixo e começar de novo -Frase Tati Bernardi http://www.tatibernardi.com.br/blog/post.jsp?idPost=113" O preço do aluguel do teatro já me rendeu uma vida, hoje,minhas rugas são as cortinas, já velhas, em um vermelho encardido que é observado ao abrir e fechar no palco. Já foi de grande sucesso, muitos vinham apreciar o meu espetáculo, achava que a minha mocidade duraria para sempre. Mas logo outras atrizes mais bonitas, que chamavam mais à atenção, começaram conturbar a visão da minha plateia. Elas foram e levaram meus enamorados com elas. Os que diziam que eu era a mulher de suas vidas foram os primeiros a irem atrás do rabo de saia. E no decorrer do tempo já não era tão requisitada entre os rapazes. Fui ficando quadrada, enferrujada e fazendo parte da decoração da minha casa. O tempo passou e não deixou dúvida de quem é que manda em todos os seres vivos.
Hoje escrevo best sellers de amores que não vivi, recebo diversos prêmios de literatura mediante o sucesso dos livros e respondo a diversas perguntas pertinentes de reportes, de onde vem a sua inspiração?; que foi o grande amor que te inspirou?; Porquê não é casada?; enfim respondo com o meu melhor sorriso: - Só posso dizer que minha vida é incrível e que, por isso e por tudo escrevo livros. Menti, mas a única que sabe a verdade sou eu! E eu escrevo livros das minhas inverdades que contribuem para ilusão do que é o amor. Que ironia....